Quer engravidar? Está fazendo tratamento de reprodução humana assistida?
Você sabia que a adequação nutricional da futura gestante deve ser iniciada antes da concepção?
Sim!
As reservas nutricionais, criadas no período pré-gestacional, estarão nutrindo o embrião e formando a placenta no primeiro trimestre, diminuindo a probabilidade de um aborto “espontâneo”. Isso porque é justamente no primeiro trimestre de gestação que as replicações celulares serão maiores, aumentando a demanda por nutrientes.
Conheça os riscos que podem ser minimizados com uma alimentação rica em nutrientes antes e durante a gestação:
- Otimizar a saúde geral e melhorar a atividade dos órgãos reprodutores.
- Facilitar a absorção de glicose pelas células, melhorando a nutrição e saúde dos ovários.
- Controlar a obesidade em mulheres e homens, como ação anti-inflamatória por meio da perda de tecido gorduroso, para combater a infertilidade e promover melhora na qualidade de óvulos e espermatozoides.
- Repor a perda de nutrientes devido a hiperêmese gravídica (vômitos).
- Auxiliar na formação da placenta, reduzindo riscos de descolamento, parto prematuro ou aborto.
Um ponto mencionado que devemos ressaltar é a questão do impacto negativo do excesso de peso na fertilidade de mulheres e casais.
Além da relação com os altos níveis de liberação do hormônio insulina que reduz a absorção de glicose pelas células, a obesidade é uma doença de caráter inflamatório e provoca aumento de PCR ou Proteína C-reativa.
Uma concentração aumentada de PCR no fluido folicular de mulheres obesas indica inflamação e estresse oxidativo, o que reduz a qualidade do oócito (que será transformado em óvulo) e diminui a concentração do Hormônio Antimülleriano (AMH) produzido pelos ovários, indicando reserva ovariana reduzida e dificultando o resultado da reprodução humana assistida.
Já para os homens, a obesidade e os processos inflamatórios por inadequações nutricionais interferem no sistema reprodutor, causando disfunção erétil e alteração do padrão espermático como volume de sêmen, concentração de espermatozoides, percentagem de espermatozoides móveis e percentagem de espermatozoides com morfologia normal, ou seja, espermatozoides com menor capacidade de fecundar e prosseguir na evolução da gestação.
Assim, podemos afirmar que a inflamação corporal causada pela obesidade, especialmente na região abdominal, não dificulta apenas os métodos convencionais de fertilização, mas também as técnicas de reprodução humana assistida, como inseminação intrauterina (IIU), fertilização in vitro (FIV) e preservação social da fertilidade (congelamento de óvulos e espermatozoides), além de aumentar o risco de aborto.
Uma intervenção nutricional adequada além de promover a perda de tecido gorduroso, ter uma ação anti-inflamatória e reduzir o excesso de insulina corporal, pode complementar ou suplementar o organismo com vitaminas, minerais e outros nutrientes, com ações comprovadamente positivas relacionadas aos tratamentos de reprodução humana assistida.
É inevitável afirmar que, quando a mulher, o homem ou o casal opta por iniciar um tratamento de reprodução, além de escolher um bom médico especialista em infertilidade e reprodução humana, deve-se buscar os cuidados nutricionais com um profissional especializado em nutrição materno infantil, para garantir um melhor desfecho do tratamento.
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Daíse Lustoza
Nutricionista Clínica
Materno-infantil
CRN3 37225
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